20 mai 2006

Eurovision 2006

Esta noite sera transmitido, em directo de Atenas, a 51a edição do Grand Prix Eurovisão da Canção. Desde a sua criação, inspirada no Festival de San Remo em Italia, até aos nossos dias, o festival ja passou por paises como a Irlanda, Estonia, Israel, França, Noruega, Ucrania ou Espanha.
Marcando tendências na musica
pop europeia e mundial, o evento contou com a participação dos AbbA, Sandie Shaw, Dana International, Céline Dion, mas também de Olivia Newton-John. Com o passar do tempo, a União Europeia de Radiodifusão viu-se obrigada a adaptar a estrutura do concurso, a mudar regras e a intervir em polémicas. Canções cantadas em inglês, canções trilingues, canções com mensagens politicas implicitas, canções sem letra. Houve de tudo nessas noites de um sabado em Maio pela Europa. Visto por mais pessoas do que nunca, aderindo às novas tecnologias da comunicação e com centenas de grupos de fãs, o Eurofestival entrou, para muitos, numa longa fase de decadência em termos de qualidade a partir dos anos oitenta.
Assim, muitos dos artistas que participaram desde então cairam no anonimato ( excepção para Céline Dion, 1988), sendo outros alvo de criticas mordazes nos paises de origem. A verdade é que o concurso nos ofereceu alguns momentos mais bizarros da Historia da emissão via eurovisão, cedendo as vozes em voga no momento a espectaculos teatralizados mais ou menos ridiculos. Ja estiveram animais em palco, uma senhora com mais de oitenta anos (Moldovia, 2005), uma familia (Dinamarca,1985) e uma menina de doze anos (Bélgica, 1986). Houve falsas entradas, com cantores a perderem a calma em palco ( Espanha, 1990), e grupos pos-Abba, muitos grupos pos Abba... demasiados. Nestes ultimos anos e apos a fase ethno, o concurso abandonou a utilização da orquestra ( que pena) e adoptou um look jovem, mas não necessariamente com mais qualidade daquela que tivera nos ultimos 20 anos. Uma espécie de euro-operação-triunfo, cujas vozes dos participantes deixam muito a desejar... E talvez o Eurofestival devesse ser isso mesmo:
Um concurso europeu, onde jovens artistas cantariam na(s) lingua(s) do seu pais, com uma orquestra ( ou sem ela), mas apostando pela qualidade ou pelo menos na variedade dos estilos. Em suma, que não fosse o eurotrashfestival, como lhe chamou varias vezes o comentador da BBC, Therry Wogan.
A França acolheu o concurso pela ultima vez em 1978 em Paris, depois da vitoria de Marie Myriam, uma lusodescendente que interpretou a balada L'oiseau et l'enfant. Portugal, depois de mais de 35 tentativas, não conseguiu ainda o triunfo. Depois da eliminação na semi-final da passada quinta-feira, so nos resta esperar para o ano que vem!...
Eurohexagono.

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