
Como chove aqui em Paris, decidi ripostar e repostar este texto que escrevi ha umas semanas. Não entendo o tempo nesta cidade. Acordei com um sol imenso na janela das àguas-furtadas e duas horas depois, tive de acelerar o passo para chegar ao café onde escrevo para não ser ensopado. Avatares da mudança dos climas, talvez.
O melhor dos dias cinzentos é que abrem a possibilidade de descansar.
Apesar da alegria e do bem estar que nos é socialmente imposto em dias estivais, qualquer coisa de relaxante se projecta num dia de chuva em pleno Julho. É como se o festival que nos obrigam a frequentar fizesse uma pausa durante algumas horas, para por cada coisa no seu lugar. Como se podessemos entrar em nossas casas durante alguns momentos para resolver o que ficou por arranjar, para respirar e fazer as chamadas ainda na agenda.
O festival é essa espécie de encontro acidental entre os que estão aqui e os que vieram conhecer e que nos faz, sem ter em conta a nossa vontade, a sorrir. Obriga-nos também a correr. A espernear, às vezes.
Se não vivessemos em época de cyber cafés, poderia mesmo dizer-se que aguns de nos aproveitam para por alguma correspondência em dia. Talvez haja quem se sente a escrever correios electronicos em horas como estas.
Nas ruas também podemos notar a diferença. Os autocarros parecem patinar graciosamente e desenhar serpentinas gigantes nas avenidas. As pessoas caminham algo incomodadas pelas gotas de àgua que compoem essa humidade latente, mas não deixam de dirigir-se a seus destinos. Uma frescura no ar em todos os sentidos. É neste contexto de leveza que um se pode inspirar para escrever estas linhas, momento em que a poeira que se despede das calçadas acompanha a aragem tão imprescindivel de vez em quando. Como se cada uma das pessoas que entra e sai de sua casa, que sorri de uma forma mais ou menos formal ao senhor da porta ao lado, sorrisse também a certas tensões que lhe causam o calor e a poeira de verão. Muita dessa poeira é transportada em chinelos, em sandalias e em sapatos de verão de turistas que chegam a Paris vindos e todo o mundo. Talvez tragam consigo as suas tensões e as caminhadas que realizam ao lado do rio façam com que estas se difuminen entre as pedras das calçadas.
Ainda assim, vale a pena aproveitar esses dias de chuva no inicio do estio. São dias de reciclagem. Pessoal e colectiva, mas também urbana e, ainda que longe daqui, de certeza que de reciclagem dos campos. Por isso existe também a chuva, creio eu. É sem duvida, pelo tempo que proporciona, uma forma de fazer dias felizes.
Apesar da alegria e do bem estar que nos é socialmente imposto em dias estivais, qualquer coisa de relaxante se projecta num dia de chuva em pleno Julho. É como se o festival que nos obrigam a frequentar fizesse uma pausa durante algumas horas, para por cada coisa no seu lugar. Como se podessemos entrar em nossas casas durante alguns momentos para resolver o que ficou por arranjar, para respirar e fazer as chamadas ainda na agenda.
O festival é essa espécie de encontro acidental entre os que estão aqui e os que vieram conhecer e que nos faz, sem ter em conta a nossa vontade, a sorrir. Obriga-nos também a correr. A espernear, às vezes.
Se não vivessemos em época de cyber cafés, poderia mesmo dizer-se que aguns de nos aproveitam para por alguma correspondência em dia. Talvez haja quem se sente a escrever correios electronicos em horas como estas.
Nas ruas também podemos notar a diferença. Os autocarros parecem patinar graciosamente e desenhar serpentinas gigantes nas avenidas. As pessoas caminham algo incomodadas pelas gotas de àgua que compoem essa humidade latente, mas não deixam de dirigir-se a seus destinos. Uma frescura no ar em todos os sentidos. É neste contexto de leveza que um se pode inspirar para escrever estas linhas, momento em que a poeira que se despede das calçadas acompanha a aragem tão imprescindivel de vez em quando. Como se cada uma das pessoas que entra e sai de sua casa, que sorri de uma forma mais ou menos formal ao senhor da porta ao lado, sorrisse também a certas tensões que lhe causam o calor e a poeira de verão. Muita dessa poeira é transportada em chinelos, em sandalias e em sapatos de verão de turistas que chegam a Paris vindos e todo o mundo. Talvez tragam consigo as suas tensões e as caminhadas que realizam ao lado do rio façam com que estas se difuminen entre as pedras das calçadas.
Ainda assim, vale a pena aproveitar esses dias de chuva no inicio do estio. São dias de reciclagem. Pessoal e colectiva, mas também urbana e, ainda que longe daqui, de certeza que de reciclagem dos campos. Por isso existe também a chuva, creio eu. É sem duvida, pelo tempo que proporciona, uma forma de fazer dias felizes.
No Hexagono.
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