05 décembre 2006

As Drageias do Senhor Leitor - Ségolène.


Segolene foi ao Libano e causou a primeira polémica como candidata, tanto em França como no estrangeiro. A malta mais pragmatica ( e masculina ) da blogosfera gosta muito de por a senhora de orelhas a arder, mas a énarque ja conseguiu passar a primeira fase. Pisou os elefantes e pisou os dois com uma so pisadela. A experiência anterior de DSK e a austeridade do socialismo autêntico de Fabius não parecem ter sido suficientes para dobrar aquele monstro mediatico, cuja sede de vitoria come tudo quanto é sondagem. Mesmo se o quotidiano de centro-direita Le Figaro anuncia, na sua terceira pagina, que Sarkozy é o favorito dos franceses, a verdade é que este é o pior resultado da candidata francesa dos ultimos tempos, mas nem por isso as coisas lhe correm tão mal. Empatariam os dois favoritos se as eleições fossem hoje. Mas ainda estamos para ver como fara ela – e se o fara de facto – para eliminar este peso pesado. E bom bom, é ver os economicistas a dar com a testa no ecrã antes de escreverem nos blogues mais sérios. Depois surgem com aqueles posts muito paternalistas, sempre a cascar na que vêm, no fundo, como uma “piquena”
Corre na blogosfera portuguesa o comentario segundo o qual Ségolène integraria perfeitamente, com esse seu sorriso, o governo do senhor Socrates. Muitos detestam também essa inspiração blairista de terceira via descarada com que ataca as sagradas 35 heures e se atreve a falar de souplesse no mercado de trabalho. Quando lhe perguntam se é o fim do modelo liberal francês, afima que ao falar de flexibility em inglês, estava a referir-se à souplesse e não à flexibilidade anglossaxonica tão temida no reino republicano da excepção cultural. E ha uns dias, Senhor Leitor, para cumulo dos cumulos, admitiu ( ainda que de uma forma subtil, à grande écolière ) que ser ambicioso não era um defeito, se essa ambição fosse colocada ao serviço da Nation. Casamento futuro com Nicolas? Porque não? A sua primeira grande derrapagem ocorreu esta semana, quando não ouviu a comparação que o representante do Hezbollah fez entre a politica israelita a respeito dos palestinianos e o regime nazi. De qualquer forma, o Holocausto nunca existiu, segundo palavras de um padrinho do Partido de Deus, esse senhor exaltado de Teerão. Por isso, a comparação deveria assim cair em àguas de bacalhau. Ou de ostras.
No Hexagono.

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