Ai Pode? Pode sim senhor. Assim deveria ser o spot da Apple para paises lusofonos. Senhor leitor: iPodizei-me. Eram quatro da tarde (três horas em Lisboa) quando, entrando num dos pontos de venda da FNAC do Boulevard Saint-Germain, decido passar a fazer parte dessa comunidade florescente que conhecida (ou não) como os Appelfreaks. Ter um Mac é um pouco como ser um dilentante numa empresa de homens cinzentos carregados de PC's (igualmente cinzentos). Ter um producto Apple foi, desde sempre, ser alternativo. Hoje, é mais bem ser alterna-chic ou mesmo uma victima urbana da moda tecnologica. Começou em 1984 a aventura desse senhor que não aceitou ser o segundo depois de Bill.
E olhar para ele agora? Toda a menina Sex and the City que se preze ja não trabalha sem ele. O in do momento? Estar sentado(da) numa cidade europeia com um café de quatro euros na mão e um Mac em cima mesa. Não é realmente importante o que se faz com o aparelho, mas convém que, pelo menos, o bar ou café em causa esteja equipado com Wireless. Mas a Apple pensa em tudo. Esse tal de Ipod que tudo pode, conquista a gerações urbanitas desde o Central Park até aos Jardins de Kuala Lumpur. Assim, depois de seis meses de greve ao exercicio fisico, decido entrar pelo Jardin du Luxembourg, armado com o meu (novo) fiel amigo. Um iPod Nano, como lhe chamaram la na loja. Nano? Em espanhol, enano é anão. Pouco viril, mas por menos de cem euros, é o que ha. O iPod pode. Ai, pode, pode. Um amigo espanhol disse-me ha uma semana que el Ipod hace amigos. Acreditei. Todos acreditamos. Num abrir e fechar de olhos, a festa passou a dividir-se através dos que tinham e dos que não tinham um Ipod (ou qualquer outro producto Apple). Aderi à corrente e hoje mesmo prometi a mim proprio que, se comprasse esse tal de Nano, faria uma hora de jogging no Jardim do Luxemburgo. ( supõe-se que três vezes por semana). Ai pode, pode. Ele pode com tudo. Ao fim de seis canções e a arfar como um bufalo numa tarde de caça, resolvi alternar o passo com os ritmo das musicas. O pior foi, senhor leitor, quando o tal de Nano resolveu dar voz a Juanes e à camisa negra. A minha era branca. Tudo era branco nessa hora de desporto. O Ipod, a camisola, os phones, os fios, os cabos, o Nano... O parque vê-se invadido por varios seres cosmopolitas de ambos os sexos, que, sem complexos e alguns com complexos de moda, passeiam os corpos ao ritmo de canções provavelmente adquiridas numa pagina da internet preparada para o efeito. Desde aqui gostariamos de sugerir a criação de uma rede de Ai Pode municipal, onde as canções ouvidas e partilhadas no momento permitiriam a constituição de verdadeiros batalhões de exercicio fisico, para além de uma excelente ocasião para establecer relações sociais. Toca a telefonar para Silicon Valley. Porque esta gente pode fazer de tudo. Ai Pode, pode.

No Hexagono.
1 commentaire:
sim... o Ipod pode, pode tudo...
(não tenho, começo a sentir-me excluído, mais o meu ranhoso leitor de mp3_ giro, mas não é a mesma coisa...)
belo post ;)
(atento como sempre...)
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