
Depois de ler o livro de Hemingway, com o titulo Paris é uma festa, uma pessoa fica sempre com vontade fazer com que a cidade nos transmita essa movibel feast, descrita de uma forma tão verdadeira pelo autor norte-americano. Deve ser necessario fazer por que tal aconteça. Paris sera Paris, mas a festa ou o que por ela entendemos sofre uma inevitavel transformação.
Aqui anda um, procurando, rua por rua, a casa em Saint-Honoré, o numero 27 da Rue de Fleurus, onde encontrava o jovem escritor a sua amiga Gertrude Stein. E porque não a Brasserie Lipp, onde, como se pode comprovar indo até ao local em causa, muitos procuram encontrar essa Paris de Hemingway. É como uma espécie de peregrinação, durante a qual os enamorados da escrita de Ernst seguem, passo a passo, ou, se quiserem, capitulo a capitulo, a vida em festa de quem tinha pouco dinheiro. Contagiado pela leitura daquele que fora o seu percurso anterior à sua definitiva consagração no mundo da literatura, sera talvez previsivel que um tenha a necessidade de sentar-se nos cafés do Quartier Latin. Mas os tempos mudam.
Ao café de Flore não se pode ir com o estatuto de poeta maldito, como queria fazer o escritor catalão Enrique Vilas-Matas, numa Paris posterior a 68, onde Duras passava horas a fio sentada. Os pensadores foram substituidos por gente mais liquida. Pragmatica e consciente. Assim se debicam saladas servidas em pratos quadrados, assim se bebem liquidos translucidos dispostos em delicados copos de pé; Impera o design, o charme e como não, o Maybach. Em poucas palavras, não se assuste se, em vez de algum neto de Beauvoir, der de caras com uma familia do golfo pérsico. Sim senhor leitor. Em 2006, os menus do Flore pagam-se em petrodollars. Mas nada de desilusões. Paris continua uma festa. Mesmo que a carne da Brasserie Lipp seja um pouco salgada – acontece aos melhores – e que esta famosa casa tenha andado nas paginas do Le Monde desafortunadamente associada a um escândalo politico – O Affaire Lipp. Podem ser encontrados diversos artigos nas edições de 1974. Os tempos mudam, os status dos lugares também.
Uma ideia importante para esta teoria da Festa que continua, mas que se transforma, é a da omnipresência da mundialização ( e da franquicia.) Não sei quantos cafés Malongo, invasão de Starbucks ( em Madrid são mais de trinta ), Cafés super não sei quê... Sem querer demonizar o fenomeno, porque fazer dinheiro não é assim tão mau, não sei se a festa sera a mesma quando os que trabalham se vestem da mesma forma em trinta sitios diferentes, quando as bebidas servidas em copos de papel às cores têm os mesmos nomes aqui, na terra da festa e em Pequim ou quando os sorrisos que nos enviam relembram a necessidade da gorjeta. Mas Paris, senhor leitor, Paris ainda é uma festa!
Aqui anda um, procurando, rua por rua, a casa em Saint-Honoré, o numero 27 da Rue de Fleurus, onde encontrava o jovem escritor a sua amiga Gertrude Stein. E porque não a Brasserie Lipp, onde, como se pode comprovar indo até ao local em causa, muitos procuram encontrar essa Paris de Hemingway. É como uma espécie de peregrinação, durante a qual os enamorados da escrita de Ernst seguem, passo a passo, ou, se quiserem, capitulo a capitulo, a vida em festa de quem tinha pouco dinheiro. Contagiado pela leitura daquele que fora o seu percurso anterior à sua definitiva consagração no mundo da literatura, sera talvez previsivel que um tenha a necessidade de sentar-se nos cafés do Quartier Latin. Mas os tempos mudam.
Ao café de Flore não se pode ir com o estatuto de poeta maldito, como queria fazer o escritor catalão Enrique Vilas-Matas, numa Paris posterior a 68, onde Duras passava horas a fio sentada. Os pensadores foram substituidos por gente mais liquida. Pragmatica e consciente. Assim se debicam saladas servidas em pratos quadrados, assim se bebem liquidos translucidos dispostos em delicados copos de pé; Impera o design, o charme e como não, o Maybach. Em poucas palavras, não se assuste se, em vez de algum neto de Beauvoir, der de caras com uma familia do golfo pérsico. Sim senhor leitor. Em 2006, os menus do Flore pagam-se em petrodollars. Mas nada de desilusões. Paris continua uma festa. Mesmo que a carne da Brasserie Lipp seja um pouco salgada – acontece aos melhores – e que esta famosa casa tenha andado nas paginas do Le Monde desafortunadamente associada a um escândalo politico – O Affaire Lipp. Podem ser encontrados diversos artigos nas edições de 1974. Os tempos mudam, os status dos lugares também.

Uma ideia importante para esta teoria da Festa que continua, mas que se transforma, é a da omnipresência da mundialização ( e da franquicia.) Não sei quantos cafés Malongo, invasão de Starbucks ( em Madrid são mais de trinta ), Cafés super não sei quê... Sem querer demonizar o fenomeno, porque fazer dinheiro não é assim tão mau, não sei se a festa sera a mesma quando os que trabalham se vestem da mesma forma em trinta sitios diferentes, quando as bebidas servidas em copos de papel às cores têm os mesmos nomes aqui, na terra da festa e em Pequim ou quando os sorrisos que nos enviam relembram a necessidade da gorjeta. Mas Paris, senhor leitor, Paris ainda é uma festa!
No Hexagono.



2 commentaires:
É o fenômeno da globalização... tudo ao alcance de todos, tudo pasteurizado!
Talvez o que falte ao mundo modernos sejam novos Hemingway, com novos lugares, ou apenas nós mesmo com nossas particulares definições de onde pode encontrar-se a festa, sem deparar-se com os turistas da festa!
Paris é uma Festa, foi o livro que me acompanhou durante a minha viagem a Paris ... e sim ... é realmente uma festa ... Hemingway, apesar do seu mau feitio ... conseguiu descrever a cidade das luzes como ninguem ... conseguiu fazer-me amar Paris ainda mais!!!
aiii que saudades eu tenho da minha Paris !!!
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